Cinturinha de pilão
Por Caio Barretto Briso, na VEJA São Paulo
Criada no fim da década de 70, a técnica de lipoaspiração – que consiste em retirar gordura do corpo por meio de um sistema de aspiração a vácuo, feito com a incisão de cânulas de, no máximo, 3 milímetros – começou a atrair homens há cerca de dez anos. "No início, eles eram poucos e pediam horários especiais, além de fazerem questão de entrar pela porta lateral da clínica, para não ser vistos", lembra o cirurgião plástico Paulo Matsudo. "Hoje, 25% dos meus pacientes pertencem ao sexo masculino." Segundo pesquisa do Instituto Datafolha, são realizadas no estado 1 200 lipos em homens por ano (13% do total).
Entre as figuras famosas que já entraram na faca, ou melhor, na cânula, estão o apresentador Gugu Liberato, o publicitário Roberto Justus e o jogador corintiano Ronaldo – que não nega nem confirma a informação. "Os homens muitas vezes têm gorduras localizadas que não somem com exercícios físicos", afirma o presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, José Yoshikazu Tariki. Era esse o problema do relações-públicas André Petri, de 25 anos. Cansado de malhar quase todos os dias durante cinco anos e não perder as gorduras do quadril, em outubro de 2006 ele recorreu à lipo para aspirar essa região. "Foi uma forma de me sentir melhor comigo mesmo", diz. "Caminhar sem camisa no Ibirapuera ou ir à praia de sunga deixou de ser um problema."
Além do preconceito em queda, há outra explicação para a mudança do comportamento masculino: a competição profissional. "Para manterem sua posição em uma empresa ou mesmo buscarem outros cargos, os homens que-rem parecer mais jovens do que são", afirma Renato Saltz, presidente da Sociedade Americana de Cirurgia Plástica.
E há quem faça lipo para ficar bem com a mulher ou a namorada. É o caso do empresário Josimar Tremeschini, de 52 anos, que resolveu sugar as gordurinhas depois que sua mulher, dez anos mais jovem, colocou próteses de silicone nos seios. O resultado da cirurgia dela o estimulou a fazer uma lipo no abdômen e na cintura, em outubro do ano passado. Tremeschini entrou na sala de cirurgia às 8 horas de uma quinta-feira e, às 14 horas, já estava em casa, com 4 quilos a menos. "Eu me cobrava muito", diz. "Agora, não corro o risco de ficar achando que ela vai querer trocar de marido."
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Há 13 anos
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